quarta-feira, fevereiro 28

Minha cara, o Rio virou lenda. A Rosinha matou o Estado, passou um perfume barato na cidade de Estácio de Sá e foi à TV.

rs!

dos sons da matina

Quem Me Dirá?
Vander Lee

Pra onde vai uma canção depois do acorde final
Será que vai, que se esvai, ou por onde entra sai?
Onde vai dar um grande amor depois do desatar dos nós?
Será que é cinema, poema, ou só fim do retrós?
Qual é o tempo da alegria se não for toda manhã?
Homem livre, céu risonho, cheiro doce, boca de romã?
Será fantasia, ideologia ou filosofia vã?
Será fantasia, ideologia ou filosofia vã?
O que foi feito do meu eu depois que o seu me acometeu?
Heterogêneos, misturamos, veja só no que é que deu
Quem organiza essa bagunça dentro do meu coração
Que agoniza e não entende uma mudança de estação
Pedaço de vida, sou massa falida, sou vaso sem flor
Me sopra uma brisa, me pega, me toca, me pisa sem dor

Pra onde vai uma canção depois do acorde final?

Ontem houve um certo alinhamento no pouco que sou. Agora sim, me sinto todo 30 anos. A coisa foi tão boa, que ao final do dia estava em sites que sabem Rio de Janeiro, errejota, escutando bossa e (so)rrindo de boa, chegue a acreditar que a cidade era uma princesa maravilhosa. Então, veio a madrugada e a insônia, minha amante, com seus jornais, boletins repetitivos do dia anterior, carregando Joões, e sacodem o todo 30 que sou.

É triste, mas o Rio me amanheceu com é; uma puta velha, sempre e ainda muito bela, de meninos-meninas-dos-olhos tristes e zangados, que não suporta mais a correnteza dos desejos contidos, acobertados durante décadas em cantos amarelos, por isso, hoje transborda e destrói, desbarranca seu leito de velhos amantes, que já não há.

quinta-feira, fevereiro 22

PAGU



PAGU: VIDA-OBRA, OBRAVIDA, VIDA
Antonio Risério

Clique aqui para ver fotos de Pagu

O nome de Pagu é ouvido pela primeira vez em 1929, quando, adolescente de 18 anos de idade, ela freqüentava o ambiente contestatório do movimento de antropofagia, comandado pela desinibição estética e cultural de Oswald de Andrade. Mais exatamente, Pagu estréia, como colaboradora, na Segunda fase – “2ª dentição” – da Revista de Antropofagia, detalhe importante, pois só nesta Segunda fornada o movimento ganha contornos e corpo, superando o ecletismo e a superficialidade de seus momentos iniciais. Bem vistas as coisas, o “antropofagismo” se posiciona na crítica radical dos descaminhos modernistas (a vanguarda de 22, àquela altura, acomodara-se) e no ataque panfletário ao complexo da civilização ocidental. Neste aspecto, aparece como manifestação pioneira, entre nós, do que Paul Robinson batizou de freudian left – “tendência oculta da psicanálise”, segundo Marcuse -, examinando, de uma visada revolucionária, a dialética instinto/cultura. Contemporâneo do herético W. Reich, o movimento define-se como tal antes mesmo de a teoria cultural freudiana receber formulação sistemática (O Mal-Estar na Civilização é de 1930) ou de surgirem os primeiros analistas brasileiros. E seu “roteiro” pode ser assim resumido: antes da “descoberta”, o Brasil conhecera a vida tribal, sem classes e sem a repressão civilizada aos instintos. A propriedade privada e as sublimações sexuais vieram a bordo das caravelas lusitanas. Desse modo, instalando-se no contexto clássico das utopias renascentistas, o movimento antropofágico prega a projeção do passado mítico no futuro da era tecnológica, sugerindo que o Matriarcado de Pindorama seja tomado como modelo para a reorganização da vida social em bases livres e igualitárias (no vocabulário marxista, teríamos o “comunismo primitivo” erigido em normal). (leia mais)
o pior dos sentimentos é a fragilidade que ele acumula em um coração de pedra. depois que ele acontece... todo sorriso, todo olhar é um sinal verde para ....

quarta-feira, fevereiro 21

éh! meus caros, outro dia ainda me perguntavam pq não deixo público isto aqui. pq isso, meus fiilhos, são coisas apenas minhas e das pessoas que de uma certa forma me são, respondi. pois bem, besta que sou, resolvi deixar a todos e, está aí.

sexta-feira, fevereiro 16

"que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver."

Rubem Alves

Perdeu. E foi como veio. Sem rastros e outras rimas.
é cara, naquele dia vc deixou todos assustados. a alegria de chegar e lhe ver na banheira verde, com água morninha, temperada com cheiros e cores e sentimentos que só vc poderia provocar, logo foi substituída pelo corre.

quinta-feira, fevereiro 15

de Carnaval


Marcha da Quarta-feira de Cinzas

Acabou nosso carnaval, ninguém, ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando, dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança, contente da vida feliz a cantar
Porque são tão tantas coisas azuis, há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver e brincar outros carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz

Composição: Carlos Lyra, Vinícios de Moraes

e eu, perdido em tudo que sou

me encontro e me peco

nessa coisa aqui.

quarta-feira, fevereiro 14

que tanto é esse que me espanta o peito
que tanto é esse que me aperta o ar
que tanto é esse que deixa besta
largado olhando as vinhetas
de filme bobo que fala de amar

de um sonho

Ao brilho reluzente dos olhos

Nem sei o que aconteceu

A rosa e branca menininha

às montanhas verdes ao cair dos dias

ficou indiferente e se esmoreceu

A cidade era bela

Formosa como ela havia

Suas montanhas cinzas

De apenas pedras não era

Como as da triste de brisa discreta das meninas

E como todo grande lugarejo

Testemunhou os gracejos

Dos jeitos simples cantantes

Dos olhos apertados de luz

Que se consomem na noite dopante

Lugar dos desvalidos amantes

(Só que florescem na ferida fria,

Ali, depois das cadentes cicatrizes

Do jogar em mares de luz)

sexta-feira, fevereiro 9

nesses tempos de poucas letras e muitos sons...

me deram o Miltinho/ Paulo César Pinheiro

Amor
Amor que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou.

Que a vida a dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor.

Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural.

Uma
Qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem mais que também não faça mal.

Meu coração precisa...

quinta-feira, fevereiro 8

quarta-feira, fevereiro 7

"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla

De riso na boca zomba no sofrê
Não nego meu sangue, não nego meu nome.
Olho para a fome , pergunto: que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Filho do agricultor Pedro Gonçalves da Silva e de Maria Pereira da Silva, Patativa do Assaré veio ao mundo no dia 9 de março de 1909. Criado num ambiente de roça, na Serra de Santana, próximo a Assaré , seu pai morrera quando tinha apenas oito anos legando aos seus filhos Antônio, José, Pedro, Joaquim, e Maria o ofício da enxada, "arrastar cobra pros pés" , como se diz no sertão.

terça-feira, fevereiro 6

Galeria

Patativa e Ariano.

*SENHOR DOS SÁBADOS

JARDS MACALÉ - WALLY SAILORMOON

Uma noite
noites
noites em claro
noites em claro não matam ninguém
mas é claro, perdi a razão
gritei seu nome por toda a parte
do edifício em vão
quebrei vidraças da casa
estilhaços de vidro espatifados no chão
risquei paredes do apartamento
com frases roucas de paixão
ah que noche mas nochera
ah que noche mas ...
Dentro da escuridão do quarto
rasguei no dente seu retrato
minha alma ardia meu bem...
Volte cedo
antes que acenda a luz do dia
apague meu desejo num beijo
bem bom
meu bem volte cedo meu bem volte bem cedo.


*dela.

"Sabemos muito bem pingar doçuras em nossas amarguras, em especial nas amarguras da alma; temos recursos em nossa bravura e sublimidade assim como nos mais nobres delírios da submissão e resignação."(Nietzsche. A Gaia Ciência).

O barulho da rede balançando de um lado para o outro cortava aquela tarde quente e seca de fevereiro. Era sexta gorda e, para ele, a quarta de cinzas já estava começando, diferente dos outros anos, dessa vez, não havia livros antigos nem discos de vinis antigos e fitas k-7 emprestadas para embalar as noites quentes de carnaval no quarto velho e branco.

Sua alma experimentava um novo sabor. O descompasso do coração indicava que algo não era mais o mesmo. Os sons, as imagens, os sorrisos, tudo era contemplado de uma perspectiva que não era mais apenas uma. As mãos suadas e a angústia que surgia ao sol posto eram sintomas estranhos a ele, que respirava pela primeira vez aquelas coisas.

Deitado na rede com pensamentos litorâneos e com as poucas nuvens do céu, que era azul como nunca, nos olhos, navegava num rio de si, distante, belo, calmo e caudaloso, de águas brancas que transbordavam pelos olhos negros. Sem ter mais.

mais uma do dia

Saudades da Preta

Clube do Balanço

Composição: Marco Matolli

Minha preta que sufoco
eu já to ficando louco de saudades
distancia não foi a razão

Não tem jeito, algo não faz mais sentido
o nosso amor é sem defeito
e é também sem solução

O que é que eu faço que zoeira no pedaço
meu barraco ta sem dono
abandono no meu coração

Não existe a possibilidade é nula de eu voltar,
é uma loucura , eu pensar que nunca mais vou te ver
Vou a luta, quem sabe meu santo escuta
e me faça compreender
Que esquecer vai ser difícil, no final de novo inicio
amor é sem direção

Que dilema, meu problema é a saudade dessa preta
musica letra e canção

Nossa vidas pôr instantes foram uma, e num instante o que era um
em mil pedaços se quebrou

Brincadeira, não ta fácil , que estrago
não foi mole , que bagaço, tua luz , minha redenção

É uma pena, você sabe que o tema da minha musica não vai mudar
eu sei que vou te amar pôr toda minha vida

Respirar, ar
o dia vai raiar
Indiferente a toda dor que a gente sente
nos vai restar

trilha do dia

Todo Sujo de Batom
Belchior

Composição: Belchior

Eu estou muito cansado
Do peso da minha cabeça,
Desses dez anos passados, presentes
Vividos entre o sonho e o som
Eu estou muito cansado
De não poder falar palavra
Sobre essas coisas sem jeito
Que eu trago no peito
E que eu acho tão bom.

Quero uma balada nova
Falando de brotos, de coisas assim
De money, de lua, de ti e de mim
Um cara tão sentimental

Quero uma balada nova
Falando de brotos, de coisas assim
De money, de lua, de ti e de mim
Um cara tão sentimental

Quero a sessão de cinema das cinco
Pra beijar a menina e levar a saudade
Na camisa toda suja de batom

Quero a sessão de cinema das cinco
Pra beijar a menina e levar a saudade
Na camisa toda suja de batom

segunda-feira, fevereiro 5

sexta-feira, fevereiro 2

e hoje é 2 do 2 dos dois.
Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto
Eu to voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar, muda a roupa de cama
Eu to voltando
Leva o chinelo pra sala de jantar...Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar porque eu to voltando
Dá uma geral, faz um bom defumador, enche a casa de flor
Que eu to voltando
Pega uma praia, aproveita, ta calor, vai pegando uma cor
Que eu to voltando
Faz um cabelo bonito pra eu notar que eu só quero mesmo é
Despentear
Quero te agarrar... pode se preparar porque eu to voltando
Põe pra tocar na vitrola aquele som, estréia uma camisola
Eu to voltando
Dá folga pra empregada, manda a criançada pra casa da avó
Que eu to voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar... Quero lá.. lá.. lá.. ia.....porque eu to voltando!