quinta-feira, agosto 31

hoje acordei meio aflito... deve ser a "tesoura do desejo",
mas o ar ainda está denso, as luzes opacas e o dia? parece-me que vai se desfazer em água...

acho que o sentimento do mundo é pouco para o que trago...

acho que vou precisar de mais um mundo.

quarta-feira, agosto 30

Composição: Vander Lee

Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o pouco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações

terça-feira, agosto 29

segunda-feira, agosto 28

ando com muita saudade do que fui,
do homem que nunca fui e sonhava ser (com uma companheira carinhosa e com rebentos risonhos e sonhadores, como fui nas noites quentes de verão)
sobre minha cabeça, ainda sinto o pousar de seus dedos finos e macios - delicados, como beijo-de-mãe.
o som daquele desejo agora se mistura ao emaranhado de minha mente, é como fosse mais um folião do meu carnaval de idéias não-pensadas.

terça-feira, agosto 22

isso é apenas um blog e eu apenas uma pessoa. como tantas outras, tb escrevo em um blog. não divulgo esse meu canto. geralmente visito poucos cantos também. pensei que, assim, poderia ficar mais tranqüilo e sem a preocupação besta de ser julgado pelo que escrevo, mas esqueci que as outras pessoas também são apenas pessoas (carregadas de tudo o que o ser humano é).
bem, é a vida que segue e a morte que se aproxima, enquanto isso, na sala de justiça, um clássico da literatura empresarial me aguarda; Manutenção.
tenho vontade de ir para casa.
como escolhi isso aqui, não há como fugir, mas, quem por aqui passar, não precisa deixar comentário algum. fiz o blog apenas para escrever, já que fico em frente ao computador o dia todo.

sexta-feira, agosto 18

O pouco de vida que havia no corpo se esvaia em sons guturais, que invadiam meu corpo - ensurdecia os ouvidos. Tentava, mas a parede não se abria. Tentava, numa discussão vã, negociar a crueza daquele momento, tentava fugir para mim na esperança de lhe encontrar, tentativa pueril. Não me permiti ouvir mais, era preciso seguir.

“Cada minuto de vida nunca é mais, é sempre menos”.

sexta-feira, agosto 11

Na minha mente um cheiro que ainda lembra você. Sua singela mão sobre meus cabelos era agora tudo o que mais queria nesse fim de tarde despaisado de sexta-feira. Estranhas também ficaram as manhãs de domingo, quando, com seu livro de alquimia, preparava receitas mágicas e maravilhosas para embalar o dia de conversas, gargalhadas, brincadeiras e de preguiça.

Esses momentos de paz se foram, mas estou bem, sem contar o riso sem graça e calado, quando os mais desavisados perguntam por você. É trabalhoso explicar para eles o quanto você foi especial (e, por mais que se esforcem, eles nunca compreenderão), mas me dá um prazer enorme contar de você.

Quem sabe, nós dois num mesmo sonho. Seria só aliviar um pouco corpo e mandar para longe essa vontade de não fazer nada. (t.i)

Como eram belos aqueles sábados em que me despertava, às sete da manhã, com as músicas do Vina, vindo da velha radiola e devidamente acompanhadas pela sinfonia orquestrada pelo meu irmão, ao se preparar alegremente para as aulas na PUC. O mundo parava de girar e as paredes do meu quarto se abriam em sonhos. Nossa! Como é vazio tentar preencher os vazios. Nada tão covarde como tentar fazer brotar dos momentos sozinhos, instantes cheios de esperança, felicidade e prenhes de amor.
"Estou cheia deste papo de que mulher tem que trabalhar e trabalhar e ter filhos perto dos 35. Eu não me reconheço nesse feminismo. O que eu quero mesmo é ser uma Amélia. Moderna, mas Amélia".

Ela falava com a autoridade de uma executiva de uma grande transnacional.
não deixe que todo esse carinho que sinto por vc se transforme em mais uma das tantas páginas em branco que figurarão em meu próximo livro.

quinta-feira, agosto 10

Por que sempre temos de estar limpinhos, bonitinhos, cheirosinhos, macérrimos e engomadinhos? E causa de quê temos de ter BMWs do ano com bancos de couro, todo personalizado, para receber os belos glúteos mínimos de uma mini linda loura com braceletes de ouro, comprados 'pelo Que late' que está ao lado dela, com o rolex até vermelho de tanto ficar sentado em uma bela poltrona dando ordens para a secretária, que não quis dar para ele. E esses figuras adoram estar na moda: compram o carro da moda, comem a comida da moda, dançam a música da moda, beijam a loura da moda e participam do movimento revolucionário da moda. São seres pós pós-modernos (se é que isso existe).
Olhem o "movimento" Viva Rio. A causa é nobre, sim, isso não se discute. Mas qual a diferença entre Viva Rio e Viva Favela? A Cidade Maravilhosa não está repleta de favelas? Ou será que para participar do Viva Rio tem que ser lourinho, limpinho, "cheirosinho", bonitinho na modinha? Espero que alguem me convença o contrário, mas, ao meu ver, caolho e vermelho, isso é discurso. Mais uma vez nós, brasileiros, estamos pintando a realidade de cor-de-rosa, para podermos fazer figuração no Fantástico ou no Nacional ou virar tema das conversar dos pseudos-ntelecto-sociais-democratas (valha-me Deus, de à luz esse negócio agora!).
O Rio não se resume a Ipanema, Condomínios herméticos, et cat... sei lá o quê. O rio também tem a cor do morro, o cheiro do morro. Dali nasce o que a cidade e aquele povo têm de melhor. Um modo peculiar de viver a vida, com alegria, talento, naturalidade, um jeito brasil de ser. Um trem que se repete e sofre as transmutações nas diversas regiões brazucas.
Deixemo-nos de imbróglios, de preocupações "petucaneanas". O mundo não agüenta mais tanta ong para americano ver e inglês aplaudir; filantropia de areia. Nosso país é um só, a mesma violência que está na Região dos Lagos e/ou em BH, SC, SP, GO está nas periferias do Rio, BH, SC, SP, GO. No fundo, isso não deixa de ser mais uma ação de segregação. Uma maneira de nos esquivar da culpa pela desigualdade social que assola o país e que agrava o desmonte de nosso quadro social.
O Vinícius tinha razão. O uísque é o melhor amigo do homem.
antigamente, tínhamos o hábito de sorrir um pro outro,
simplesmente, tudo era riso. sem motivo algum. bastava cruzar olhares,
lá vinha mais um.
mas, o tempo passou.
(o machado, as poucas horas de tédio daqueles momentos, em eternos encontros de paz, transformou)

hoje em dia, os sorrisos já não são os mesmos,
orkuticamente, interneticamente,
trocamos um “oi como vai a vida, maria!”
temos quase dois mudos. são recordações. (que busco nessas amadoras rimas)

em breve serei senhor, pai de família, mas nunca esquecerei
que sorri um dia.

quarta-feira, agosto 9

(...)se as folhas caem,se os navios param,se o vento norteapagou a lanterna,eu tinha nas minhas mãos somente sonhos.Eu tinha nas minhas mãos somente sonhos!"
(Manoel Caixa D'Água, poeta paraibano morto em João Pessoa.)
Goatria de pedir a todos uma salva de palmas para a Gio, ela foi a primeira a deixar algumas valiosas linhas escritas aqui, neste canto meu. obrigado!

é isso!

terça-feira, agosto 8

Esse nosso sistema educacional está uma M. Dá até vontade de votar no Buarque, não o Chico. Mas não sei ele vai dar conta dessa máfia que são as faculdades particulares. Os caras só querem saber de grana. Enquanto isso, na sala de justiça, os filhos da boa sociedade negociam seu diplomas.

segunda-feira, agosto 7

De volta ao mundo dos cursores piscando

o que parece é que se não escrever vou acabar por estourar o cabeção. então, vamos lá sem muito tempo, nem lenço e documento, apenas ao vento. como "um operário do canto", o sou das letras (literalmente), mas o faço com carinho, mesmo sem o talento dos grandes, dou cá minhas escrivinhadas. isso me alivia a mente. e hoje preciso mais que nunca escrever, para colocar para fora tudo que incomoda.