terça-feira, março 17

*Batidas na porta da frente...

Éh! Não adianta olhar para mim, ler e procurar aqui os vestígios dos melhores tempos de sua vida. Sinto, mas esses não foram os melhores momentos de sua parca existência. Não se iluda, olhe a sua volta, o sorriso de sua companheira, a balburdia que as crianças fizeram pela casa e esse bendito cachorro que não aprende que lugar de bicho é lá fora. Não fique assim, é férias, é natural.
Claro, ficarás tentado a achar o contrário, que sua companheira já não tem os encantos da juventude, que as crianças sofreram e absorveram a má influência dos avós e que o cachorro... o cachorro... bem,

- Mas nem era para ele vir, nem temos tanto espaço na casa. Isso é coisa dos avós, eles e essa mania de fazer as vontades das crianças, tsc, tsc, tsc!

Dir-me-ia, balançando a cabeça negativamente, com a voz um pouco mais grossa, se estivesse aqui ao seu lado.
cara, mas o ... (não sei o nome dele, pois o tempo que nos separa me impede de tais profecias. Ademais, sabe-se lá qual será o nome da moda que vai seduzir os curumins e encorajá-los a chamá-lo de.) está aí, e descartá-lo, a história mostra que não é uma boa saída. (vide Vanilla**).
Sem dúvidas, ficou encantado por todas as descobertas que fez no decorrer destas três primeiras décadas, os amigos, as poucas, mas únicas paixões, o amor e as perdas daquelas pessoas importantes (pois as perdas – como as derrotas - também nos completam e nos tornam vencedores, nos enchem). Ok, é natural que toda aquela liberdade ainda o seduza. Era a vida que começava a ser vivida, cabra. E lhe digo que, assim como esse texto nasceu daquele sopro em seu ouvido, a existência também se faz e se refaz; de coisas pequenas, de palavras simples, de sons populares, de toques delicados, de simples olhares e de encontros.

Os encontros. Nossa! Raros e vitais. Responda-me uma coisa: foi fácil se abancar aí no computador e começar a reler nossas coisas neste blogue até se deparar com esse texto escrito numa manhã modorrenta de uma quarta-feira (dia de análise) de um janeiro qualquer? Nem sei o porquê da pergunta, mas meus parabéns! Com duas crianças dentro de casa, um cachorro, com a loucura do dia-a-dia e com a parte que lhe cabe nas tarefas domésticas, é um feito! Acho bom você reativar o CC e me contar como foi capaz de fazer isso.
Mas vá lá, afunde-se nos outros posts que estão aí pras bandas de cima (pois, se ainda és um bom blogueiro, sabes que a melhor maneira de começar a ler um blogue, sem perder o fio da coisa, é começar dos posts mais antigos) e refunde-se.


*Essas palavras abrem o primeiro verso da música: Resposta ao Tempo, de Aldir Blanc e Cristovão Bastos
Na voz de Nana Caymmi.

**Vanilla era o nome daquele cahorro que chegou lá em casa em um dia qq de um janeiro distante. Lembra? Se não estiver lembrando, ligue para a Priscila, ela vai te ajudar. rsrs! Acho que ela não esqueceu dos 15 pontos que levou na perna por conta de umas brincadeiras dele. Como chovia naquele dia. Nossa!

***Atualizado em 10/3. Vou parar por aqui pq acabou de chegar uma pessoa muito querida por aqui, a Rebecca.

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