domingo, dezembro 28
- a cada rasgar de ventre -
das certezas que garantam
o brilho branco do sorriso
que satisfaz a alma.
- a dor do órgão
não vale um espasmo do gozo
sofrido,
sem o ato.
Carregada pelo sereno das manhãs, seguia pelo caminho que nem mais havia.
Caminhava em um tempo outro, diferente destas horas corridas e insanas que me levam.
E a falsa trilha, toda forrada de folhas úmidas do que é doce das madrugadas,
sorria ao sentir os pés
pequeninos
e
macios
da menina de ontem que hoje atiça os olhos ávidos de um arremedo mal acabado de
o
m
e
m
.
.
.
quarta-feira, dezembro 24
the ages of children
the flowers and you
the flowers for a day
you forever.
segunda-feira, dezembro 22
sábado, dezembro 20
noite de sexta
depois de uma semana agitada. filme para acalmar os instintos e música para libertar o espírito.
a película da noite foi Gomorra, um filme sobre a máfia como há muito não via. o prossiga ficou por conta dos amigos: apenas apontei para o vento-norte e remei.
quinta-feira, dezembro 4
Quem é homem de bem não trai
O amor que lhe quer seu bem
Quem diz muito que vai, não vai
Assim como não vai, não vem
Quem de dentro de si não sai
Vai morrer sem amar ninguém
O dinheiro de quem não dá
É o trabalho de quem não tem
Capoeira que é bom não cai
Mas se um dia ele cai, cai bem
Capoeira me mandou dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou vai ter briga de amor
Tristeza camará
Se não tivesse o amor(2x)
Se não tivesse essa dor(2x)
E se não tivesse o sofrer(2x)
E se não tivesse o chorar(2x)
Melhor era tudo se acabar(2x)
Eu amei, amei demais
O que eu sofri por causa de amor ninguém sofreu
Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei é que ninguém nunca teve mai, mais do
que eu
Capoeira me mandou dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou vai ter briga de amor
Tristeza camará
O homem que diz "dou" não dá
Porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai
Porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "estou" não está
Porque ninguém está quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte pro seu Orixá
Amor só é bom se doer
Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
segunda-feira, novembro 24
Não sei de nada e não sou de ninguém
Eu entro no meu carro e corro
Corro demais só pra te ver, meu bem
Um vinho, um travo amargo e morro
Eu sigo só porque é o que me convém
Minha canção é meu socorro
Se o mar virar sertão, o que é que tem?
Dias vão, dias vêm, uns em vão, outros nem
Quem saberá a cura do meu coração senão eu?
Não creio em santos e poetas
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu
Melhor é dar razão a quem perdoa
Melhor é dar perdão a quem perdeu
O amor é pedra no abismo
A meio-passo entre o mal e o bem
Com meus botões à noite cismo
Pra que os trilhos, se não passa o trem?
Os mortos sabem mais que os vivos
Sabem o gosto que a morte tem
Pra rir tem todos os motivos
Os seus segredos vão contar a quem?
Dias vão, dias vêm, uns em vão, outros nem
Quem saberá a cura do meu coração senão eu?
Não creio em santos e poetas
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu
Melhor é dar razão a quem perdoa
Melhor é dar perdão a quem perdeu
Não creio em santos e poetas
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu
Melhor é dar razão a quem perdoa
Melhor é dar perdão a quem perdeu
Zeca Baleiro
domingo, novembro 23
nunca se esquecer de amar.
coisa de caminhante, acostumado com trilhas incertas e tempos nublados.
há pouco na vida que realmente nos importa.
uma chávena de café fresco,
passado e moído à hora.
um cão amigo.
e uma companheira,
aquela que com apenas um olhar
e com as pontas dos pés nos desnuda.
faz da gente ser frágil - como uma criança.
O meu nome
Se eu já não sei parar
Viajar é mais
Eu vejo mais
A rua, luz, estrada, pó
O jipe amarelou
Manoel, o audaz
Manoel, o audaz
Manoel, o audaz, vamos lá
Viajar
E no ar livre
Corpo livre
Aprender ou mais, tentar
Manoel, o audaz
Manoel, o audaz
Iremos tentar
Vamos aprender
Vamos lá
Manoel, o Audaz - Toninho Horta e Fernando Brant
terça-feira, novembro 18
Que longe disso tudo que sou esteja sempre perto da felicidade e seja leve e livre e calma. Que um dia ela tenha em intensidade maior este amor que adubo por ela, ainda menos doente, mais prazeroso, mais provido das partes boas do humano, que não posso dar, por ser um.
Que a mulher que eu amo seja sempre amor e carinho e livros para os seus, alento para os que ainda não nasceram, boca para os que ainda não falam e som para os que se calam diante das palavras inaudíveis.
Que a cada dia ela plante seus amores mais fundo, até que chegue o dia em que não terá mais de se preocupar com a estupidez humana.
Que a mulher que eu amo entenda que a outra metade não é má, apenas quer transpassar os muros que me impedem de lhe amar.
domingo, novembro 16
filme do domingo
Vicky Cristina Barcelona (2008) / Woody Allen é sempre Woody. Fotografia impecável, uma trilha gostosa que te faz acompanhar o ritmo da pelícola nas batidas dos pés, um roteiro surpreendente e diálogos inteligentes, como sempre, um mergulho em cada personagem. o ingresso vale.
o mote é a história de duas garotas norte-americanas que vão se aventurar em Barcelona. São interpretadas por Scarlett Johansson e Rebecca Hall. Lá elas se envolvem com o personagem de Javier Bardem, ex-namorado da intensa Maria Elena (Penelope Cruz).
Vale!
terça-feira, novembro 11
Por um instante, tomam a flor e sorriem. As pétalas se abrem por entre os dedos, as cores brilham incandescentes. Mas a luz da noite é opaca e impiedosa, mata o brilho e desnuda os sentidos.
domingo, novembro 9
que não meros atores em um palco
de um teatro louco
mas fascinante?
um brinde aos encontros.
mulhermineiradefibra, que nos presenteia
com imagens belíssimas.
Ônibus 174 - o doc.
primeira parada?
infelizmente não.
houveram outras.
mas não registram para o horário nobre.
quantos filmes serão necessários para compreendermos os Alês que nos assombram todos os dias.
a repetição. talvez apenas ela nos salve. creio que seja por intermédio dela que os nossos fatos do cotidiano possam ganhar sentido e realidade.
espero que essa não seja a última parada. que outras venham e/ou sejam escritas por outras mãos (mesmo que por mãos inquietas, como a direita do Sandro).
quinta-feira, novembro 6
quarta-feira, novembro 5
domingo, outubro 12
"Tinha resolvido seguir as estrelas. Há muito evitava desvios fortuitos para seguir
o seu norte. Rumo ao que ia?, não se sabia. O que importa é que, independente
dos dias, sua sombra sumia em direção aos pés da imensa montanha fria, de
verde intenso e mistérios noturnos".
R.D.S
Sua vida era andar pelo mundo. Por aqui... acolá. Trombando, empurrando pedras e flores, desgostos e amores. Era o seu modo de enfrentar dores. Parava aqui, tomava um. Logo ali, mais uma boca, mais um olhar. Era mais um corpo todo. E mais um pedaço-estilhaço que fica na calçada — mas era bem paga.
Em outros tempos, a voz de Holanda, ainda menina, fazia logo de manhãzinha ecoar pelo quarto um bom-dia. Cheiro de café e pães quentes, de um salto da cama já se ia para o banheiro, cuidar dos longos cabelos negros da noite e do rosto meigo repletos de lampejos. E assim as manhãs se abriam em sonhos despejados sobre as carteiras de madeira velhas da escolinha do lugarejo, a única. Aquilo era o mundo para aquele corpo petit, mais osso que carne, mais sonhos que pedra, um ser humano como outro qualquer, uma formação de carne e osso, que aprisionava um universo de lírico e que a resguardava dos dias claros demais.
Assim sempre foi. Irmã de José — filhos sabe-se lá de quem — o mais velho e responsável pelos afazeres domésticos e pelo sustento. Tinha o Zé como uma figura mítica que reunia no corpo de homem feito a atenção de uma mãe e o modo austero de um pai. E era assim; chegava, beijava Holanda, pães no armário, cheiro da carne no fogo, o sorriso companheiro e a noite se abria para as vicissitudes da existência.
Era madrugada, o frio cortava a pele, as horas adiantadas, e Holanda num sobressalto, pés no chão, passo apressado, um vulto pela janela, e a certeza tão indesejada das gentes. Aquilo que até então era apenas dos outros agora era de Holanda. A morte. A manhã encerrou aquela noite com um sol desses de queimar a pele e arder os olhos. Naquele dia, muitos diziam sentir saindo da terra um vapor quente de cheiro eucaliptado. "É uma coisa agridoce!".
Para Holanda, daquele dia, apenas o que era desatino e falta ficou.
Com os anos que aos poucos vinham, ela redescobriu coisas como um amanhecer de sol ameno, sem praia, com comidas simples, sem cheiros verdes, sem o Zé e com lembranças dos sonhos de sorrisos-brilhos como os dos tempos do orfanato.
Passou a achar bem sair nas noites e andar sem rumo. Era o desejo de debelar os dias que a levava perambular por vielas estreitas. Aos poucos, entregou-se às incertezas das esquinas. Era apenas uma forma de levar ou velar a vida. Com chicotadas domou os dias. Tudo se tornou tão normal. Viver era simples.
Naquela manhã, acordou, pegou o cigarro, colocou-o na boca, andou a passos lentos rumo à janela, olhou o céu tingido de azul — apesar de tudo — e deu uma enorme tragada. Só então, percebeu que o fumo estava apagado, não tinha fogo, ainda não fumava. Num gesto sereno, se encostou na cama e começou a ouvir músicas, sons, veredictos, ofensas, juras de amor, urros de prazer forçado, sorrisos, gargalhadas de escárnio e o som mudo da noite anterior. Os olhos choveram.
Naquele dia, Holanda, mais uma vez, não dormiu. E nem fez falta, pois agora tinha a certeza das incertezas do amanhã.
Restavam apenas carne e sonhos.
terça-feira, outubro 7
sábado, outubro 4
ainda sinto
os olhos em pranto
sábado, setembro 27
quarta-feira, setembro 24
Suas palavras, amigo, me remontaram um sábado quente no Norte do Brasil. Andava pelas estradas do estado do Acre para executar uma pesquisa e me eram oferecidas, em todas as paradas para o descanso, centenas de filhotes de aves, papagaios, lagartos e tantas outras espécies de animais engaiolados – ou melhor – encaixotados em pequenos quadrados de madeiras, sem luz, água ou comida. E o que mais me impressionava era que o brilho opaco que eu via nos olhos dos animais, era o mesmo dos olhos dos vendedores de vida, que as ofereciam por qualquer dinheiro ou comida. No fundo, homem e animal – se não o são todos – são um.
Um forte abraço a ti
segunda-feira, agosto 25
a itália está aqui
segunda-feira, agosto 4
quinta-feira, julho 31
isto não é meu, mas me desvela também.