sábado, abril 14

o fim (em port.)

Era madrugada, o frio cortava a pele, as horas já eram adiantadas, mas ela, ela ainda estava lá ao lado, egoísta como sempre, exigindo atenção exclusiva. O dia tinha sido daqueles, completavam-se anos da morte de sua mãe e ele nunca tinha estado tão perto de descobrir tal segredo também.
Levantou, pensou certos desconfortos médicos, necessários, pegou um cigarro, colocou-o na boca, olhou para o céu de estrelas brilhantes, apesar de tudo, e deu uma enorme tragada. Só então percebeu que o fumo estava apagado, não tinha fogo, não fumava. Então, num gesto calmo, se acostou na cama e começou a ouvir música, sons, melodias, veredictos, ofensas, juras de amor, sorrisos, gargalhadas de escárnio e som ainda mudo da noite.
Naquela noite, mais uma vez, ele não dormiu. E nem fez falta, pois agora tinha a certeza das incertezas do amanhã.

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