quarta-feira, março 7

Desculpem-me as mulheres (aliás, poucas são as pessoas que param por aqui. é melhor. evito mais explicações) que lêem este troço aqui. Mas há certas coisas suas que nós [homens] só podemos e temos o privilégio de sentir, quando vivemos diariamente com muitas de vocês - ao mesmo tempo (no meu caso, 18, fora as que atendo. o que faz essa cifra chegar na casa dos 20 e tal). Portanto, não nos queira mal ou nos condene por sermos tão desprovidos de certas vírgulas e cegos da alma.

Alguns instantes de silêncio...

Um som contido, como uma ânsia de vômito, vem do escritório acompanhado de gemidos e suspiros úmidos. A tensão toma conta de todos... até que uma mais corajosa entra na sala e o seguinte diálogo é travado sem melindres:

- O que foi? (diz assustada)

- É choro contido. Sabe quando você não quer chorar, mas a dor é mais forte e empurra o bolo que sobe aqui (pega na garganta) e quer achar uma saída? É isso. (conta enxugando as poucas lágrimas que teimam em trasbordar)

- Mas por quêPor que chora?

- Uma carta de amor. Recebi uma carta de amor tardia. Mas já passou. (suspira)

- Nossa!

- Ela veio tarde. (diz, examinando o pedaço de papel molhado, com grafia azul, em suas mãos).

- O ser humano é assim mesmo. (interrompe)

- É. Vou escrever um livro. O título vai ser: As dez coisas que uma Mulher deve fazer, depois de uma separação. A primeira delas é ir para academia e correr feito uma louca na esteira, depois de um destempero emocional, causado por uma carta de amor tardia.

silêncio...

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