domingo, março 18

Que este dentro de mim seja mais camarada comigo mesmo e se permita viver, se permita receber a alegria e o amor que devoto ao meu amor.
Que a vontade de apagar as luzes e consumir-me em mim se transforme em um outro estar.
Que o tempo não pare simplesmente por mais este grito, que nem deveria gritar. Que estes inaudíveis soluços de dores concretas em mim, embalem o sono dos que se amam.
Pára grito!
Ele não pára. O tempo não pára apenas por que minha angústia me acovardou, mas que ela não seja recriminada por ser tão assim, tão mundana.
Que minha angústia nunca se levante de mim, pois vivo. Mesmo que a aurora ainda me seja proibida, mesmo perdido nas armadilhas empoeiradas da existência, que meus olhos de homem, do que ainda não sou, não calem a música do instante denso e do choro contido.

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